terça-feira, 7 de outubro de 2025

A liberdade!!

 A liberdade é um fogo que arde sem queimar, um vento que rasga a carne da alma e sussurra: “Você está vivo”. Não é um direito concedido, nem um espaço seguro — é o tremor na noite escura, o abismo que se abre sob nossos pés, a vertigem de existir sabendo que cada passo é irreversível.


Ser livre é caminhar sobre cordas invisíveis, suspenso entre o querer e o ser, entre o que nos é dado e o que ousamos criar. É sentir o universo inteiro pulsando dentro do peito e, ainda assim, compreender que nada nos pertence. Cada escolha é uma lâmina de luz, cada gesto um eco no vazio, cada silêncio um grito que desafia o mundo.


O mundo tenta nos domesticar, enredar-nos em rotinas e certezas falsas, encolher a alma em compartimentos seguros. Mas a liberdade floresce na coragem de dizer “não” quando tudo ao redor grita “sim”, na ousadia de criar sentido quando o sentido parece perdido. Ela é a consciência de que a vida nunca nos pertence totalmente, mas que podemos moldá-la, instante a instante, com a força da vontade.


E há quem tema a liberdade porque ela exige tudo: o abandono do conforto, o olhar na própria finitude, a aceitação da dor e do risco. Mas é nesse vazio que o espírito dança, nesse abismo que nasce o voo. Ser livre é abraçar a solidão como companheira, a dúvida como caminho, a angústia como estrela-guia. É entender que não há destino sem escolha, que não há amor sem risco, que não há verdade sem coragem.


A liberdade suprema não é controlar o mundo — é dominar a si mesmo. É abrir portas invisíveis no coração, criar mundos enquanto desmoronam certezas, aceitar que a plenitude jamais será plena e, ainda assim, vivê-la como se o cosmos inteiro dependesse de cada gesto. É carregar a própria eternidade em cada instante, dançar na borda do abismo e, mesmo assim, tocar o céu.


E, no fim, ser livre é isso: ousar existir com intensidade, escrever significado onde havia silêncio, incendiar a vida com coragem, e descobrir que, ao aceitar nossa própria finitude, tocamos o infinito 

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