A sabedoria é o eco silencioso do cosmos refletido na alma humana. Não se conquista com livros, nem se prende a dogmas; ela se revela na consciência que percebe o invisível e escuta o silêncio das coisas. Quem é sábio sabe que o tempo é apenas a sombra de sua própria eternidade, e que cada instante contém em si a plenitude do todo.
Ela não habita o orgulho do conhecimento, mas a humildade de compreender a própria ignorância. Cada dúvida é um portal, cada erro uma luz que ilumina o caminho. A verdadeira sabedoria transcende palavras, porque o que se pode dizer é sempre menor que o que se percebe. Ela é sentir a vida pulsar nos detalhes: no sussurro do vento, no brilho fugaz de uma estrela, no olhar de outro ser que, por um instante, nos lembra de nós mesmos.
O sábio caminha como quem dança sobre abismos invisíveis, sabendo que a vida é ao mesmo tempo efêmera e infinita. Ele entende que nada possui, e ainda assim tudo lhe pertence — pois cada gesto de amor, cada ato de compaixão, cada instante de atenção plena, é uma ponte que liga o finito ao infinito.
Assim, a sabedoria é o murmúrio eterno da existência, que se manifesta quando se aceita o mistério sem medo, quando se abraça a própria finitude sem desespero, e quando se reconhece que conhecer é, acima de tudo, aprender a contemplar. Não é um destino a alcançar, mas um estado de ser que atravessa o tempo, um olhar que toca o infinito em cada detalhe da vida.
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