Você teria coragem de subir num avião e fazer uma longa viagem sabendo
que o piloto não tem experiência, que tem poucas horas de voo? Relaxaria
se soubesse que ele desconhece os instrumentos de navegação? Dormiria
se ele não tivesse habilidade para desviar de rotas turbulentas, com
alta concentração de nuvens e descargas elétricas?
Fiz essas
perguntas simples numa conferência que dei sobre A Educação do Século
XXI para cerca de 300 coordenadores de faculdade, reitores e pró-reitores
do país, que representam um universo de mais de 100 mil alunos
universitários. É óbvio* que todos responderam que se sentiriam
completamente desconfortáveis. Muitos nem sequer ousariam pisar nessa
aeronave. Mas os abalei ao afirmar que embarcamos diariamente na mais
complexa das aeronaves, comandada por um piloto frequentemente
despreparado, mal equipado e mal-educado e, portanto, sujeito a causar
inúmeros acidentes. Essa aeronave é a mente humana, e o piloto é o
próprio Eu.
Somos a única espécie, em meio a milhões na natureza, que pensa, tem
consciência de si mesma e escreve sua história. Um privilégio
indescritível. Mas temos escrito uma história que nos liberta ou nos
aprisiona? Muitos vivem em sociedades livres, mas são escravos das suas
emoções. Não treinam sua psique para construir um amor inteligente e uma
mente brilhante e, por isso, desenvolvem transtornos psíquicos que os
controla e que asfixia os outros. Todos nós queremos uma mente saudável,
regada ao prazer, livre, segura, resiliente, criativa, mas
frequentemente deixamos nossa mente irresponsavelmente solta, sem
gerenciamento e proteção. Mentes tímidas, agitadas, ansiosas, imaturas,
pessimistas, amedrontadas, flutuantes, depressivas são consequência
dessa falta de gestão e proteção.
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