A 1 de novembro de 1533, o novo reitor da Universidade de Paris, o humanista Nicolas Cop,
proferiu um discurso de abertura do ano lectivo na Igreja dos
Franciscanos, em Paris, frente aos mais altos representantes das quatro
faculdades: Teologia, Direito, Medicina e Artes. O seu discurso fazia
eco de temas facilmente associados à nova teologia da reforma. Nesse
discurso, Nicolas fez, particularmente, o paralelismo entre a
perseguição aos primeiros cristãos e a que ocorria agora, século XVI, na
França, e que visava os cristãos protestantes. Argumentava: Não eram
também chamados de heréticos os primeiros seguidores do cristianismo? O
resultado foi a perseguição do próprio Nicolas Cop, que teve de se
refugiar em Basileia.
Simultaneamente, João Calvino fugia também de Paris. O seu quarto no
Collège de Fortet é revistado, e seus papéis e correspondência são
confiscados. Calvino encontra refúgio em Angoulême, em casa do seu amigo Du Tillet.
Não foi até hoje esclarecido completamente o que se passou. Encontrou-se, contudo, em Genebra, um fragmento do discurso de Nicolas Cop, escrito pela mão de Calvino. O documento original completo encontra-se em Estrasburgo. Foi levantada a tese de que Calvino poderia, pelo menos, ter participado na elaboração do discurso.
Calvino permanece em Angoulême até Abril de 1534, altura em que se dirige a Nérac, onde se encontra com Lefèvre d'Étaples. Regressa depois a Noyon, onde em Maio de 1534 renuncia às suas "benefices". Volta, então, a Paris e a Orleães.
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