Biografia
Heródoto
(em grego, Ἡρόδοτος - Hēródotos, na transliteração) foi um geógrafo e
historiador grego, continuador de Hecateu de Mileto, nascido no século V a.C.
(485?–420 a.C.) em Halicarnasso (hoje Bodrum, na Turquia).
Foi o
autor da história da invasão persa da Grécia nos princípios do século V a.C.,
conhecida simplesmente como As histórias de Heródoto. Esta obra foi reconhecida
como uma nova forma de literatura pouco depois de ser publicada.
Antes de
Heródoto, tinham existido crónicas e épicos, e também estes haviam preservado o
conhecimento do passado. Mas Heródoto foi o primeiro não só a gravar o passado
mas também a considerá-lo um problema filosófico ou um projecto de pesquisa que
podia revelar conhecimento do comportamento humano. A sua criação deu-lhe o
título de "pai da história" e a palavra que utilizou para o
conseguir, historie, que previamente tinha significado simplesmente
"pesquisa", tomou a conotação atual de "história".
A obra
Histórias foi frequentemente acusada no velho mundo de influenciável, imprecisa
e plagiária. Ataques semelhantes foram preconizados por alguns pensadores
modernos, que defendem que Heródoto exagerou na extensão das suas viagens e nas
fontes criadas. Contudo, o respeito pelo seu rigor tem aumentado na última
metade do século, sendo actualmente reconhecido não apenas como pioneiro na
história, mas também na etnografia e antropologia.
Vale
ressaltar sua contribuição aos estudos geográficos, por esse feito a revista de
geografia geopolítica, de maior tiragem na França, fundada pelo famoso geógrafo
Yves Lacoste leva seu nome.
Provavelmente
escritas entre 450 e 430 a.C., as Histórias foram posteriormente divididas em 9
livros, intituladas segundo os nomes das musas, pelos eruditos alexandrinos.
Por volta de 445 a.C., segundo consta, Heródoto fez leituras públicas de sua
obra em Atenas.
Quanto
ao conteúdo, os primeiros seis livros relatam o crescimento do Império Persa.
Começam com uma introdução do primeiro monarca asiático a conquistar as
cidades-estado gregas e o verdadeiro tributo, Creso da Lídia. Creso perdeu o
reinado para Ciro, o fundador do Império Persa. As primeiras seis obras acabam
com a derrota dos persas em 490 a.C., na batalha de Maratona, que constituiu o
primeiro retrocesso no progresso imperial.
Os
últimos três livros descrevem a tentativa do rei persa Xerxes I da Pérsia de
vingar dez anos mais tarde a derrota persa em Maratona e absorver a Grécia no
império persa. Histórias acaba em 479 a.C. com a expulsão na batalha de
Plateias e o recuo da fronteira do império persa para a linha costeira da
Anatólia.
No que
diz respeito à vida de Heródoto, sabe-se que foi exilado de Halicarnasso após
um golpe de estado frustrado contra a dinastia no poder em que estava
envolvido, retirando-se para a ilha de Samos. Parece nunca ter regressado a
Halicarnasso, embora em Histórias pareça sentir orgulho de sua cidade natal e
da respectiva rainha,Artemísia I de Cária.
Deve ter
sido durante o exílio que empreendeu as viagens que descreve em Histórias.
Estas viagens conduziram-no ao Egipto, Primeira Catarata,Babilónia, Ucrânia,
Itália e Sicília. Heródoto refere uma conversa com um informador em Esparta, e
muito certamente terá vivido durante um determinado período em Atenas. Nesta,
registou as tradições orais das famílias proeminentes, em especial, a
Alkmaeonidai, à qual Péricles pertencia do lado materno. Mas os Atenienses não
aceitavam os estrangeiros como cidadãos, e quando Atenas apoiou a colónia de
Thurii na aniquilação de Itália em 444 a.C., Heródoto tornou-se colono.
Desconhece-se se lá morreu ou não.
Numa
determinada altura tornou-se um logios – isto é, um recitador de prosa logai ou
histórias – cujos temas baseavam-se em contos de batalhas, maravilhas de países
distantes e outros acontecimentos históricos. Fez roteiros das cidades gregas e
dos maiores festivais atléticos e religiosos, onde dava espectáculos pelos
quais esperava pagamento. Em 431 a.C., a guerra do Peloponeso rebentou entre
Atenas e Esparta. Poderá ter sido esse conflito, que dividiu o mundo grego, que
o inspirou a reunir logoi numa narrativa contínua – Histórias – centrada no
progresso imperial da Pérsia interrompido pela aliança entre Atenas e Esparta.
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