Em Março de 1536 é publicada em Basileia a primeira edição de "Institutio religionis Christianae".
No prefácio menciona a sua estadia em Basileia, "enquanto na França são
queimados na fogueira crentes e pessoas santas". Fala de santos
mártires. Dirige-se no livro ao Rei Francisco I, que procura convencer
das boas intenções da Reforma. Ao mesmo tempo, a sua teologia começa a
adquirir contornos mais marcados e mais autónomos em relação ao
Luteranismo. Uma tendência que se fortalecerá no futuro. Critica a vida
dos mosteiros, que compara a bordéis. Calvino pretende não só a reforma
da Igreja mas de todos os indivíduos. A institutio é "a organização da
sociedade daqueles que acreditam em Jesus Cristo".
Em Março de 1536, Calvino viaja até Ferrara
na companhia de Louis Du Tillet. Calvino esperava um acolhimento aberto
às ideias protestantes na sua estadia em Ferrara. Enganava-se. Teria de
interromper a visita logo em Abril. Foi então até Paris. Mas Calvino
não tem futuro em França. Numa carta ao amigo Nicolas Duchemin, compara a
sua situação com a dos judeus no Egipto.
A França era o seu Egipto. Queixa-se na mesma carta dos rituais da
missa, considerando-os idólatras. Calvino sai definitivamente da França
em 1536, procurando terras politicamente independentes da França e de
espíritos mais abertos para a reforma. Dirige-se, então, para cidades
dos territórios que hoje constituem a Suíça.
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