domingo, 17 de outubro de 2021

FANTÁSTICO!!

 Cada um é um... Cada outro é outro...Sofrer é um querer ser o outro. Impossível é que o outro seja um... Ninguém transforma ninguém. Compreendendo-se as diferenças entre um e outro, forma-se a identidade um-outro, Um carrega dentro de si o outro, Enquanto o outro leva um dentro de si. Assim, um- outro é mais saudável para resolver qualquer sofrimento porque não existe vida sem dor. Um-outro é a multiplicação do amor dos dois. Porque o amor ajuda a superar a dor. Um-outro amplifica a alegria e o bom humor, porque a felicidade ilumina o triunfo da sabedoria.    AS  CARACTERÍSTICAS  PSICOSSOCIAIS  FUNDAMENTAIS  QUE CONSTITUEM  A  HISTÓRIA  E  O  PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PENSADORES Para  realizar  o  complexo,  sofisticado  e  rico  processo  de  formação  de pensadores  é  necessário  procurar  conquistar  e  amadurecer  as  características psicossociais  e  as  funções  mais  nobres  da  inteligência. 1.  Procurar  conhecer  as  origens  da  inteligência  humana,  seus  limites, alcance,  práxis. 2.   Ter  consciência   de  que  pensar  é  um  processo  inevitável  e impossível  de  ser  interrompido,  apenas  direcionado.  Saber  que  o  mundo das  idéias  é  a  maior  fonte  de  entretenimento  natural  do  homem,  todavia  ela pode  se  transformar  na  maior  fonte  de  terror  emocional.  Portanto,  ê imperativo  aprender  a  administrar  o  fenômeno  do  autofluxo  e  não  permitir que  ele  gere  idéias  fixas  de  conteúdo  negativo. 3.  Aprender  a  pensar  multifocalmente  com  liberdade  e  consciência crítica.   Reciclar  o  fenômeno  da  psicoadaptação,  objetivando  romper  a mesmice  das  idéias  e  libertar  a  criatividade. 4.   Aprender  a  gerenciar  os  pensamentos  e  emoções.  Resgatar  a liderança  do eu nos  focos  de  tensão  psicossocial. 5.   Aprender  a  pensar  antes  de  reagir.  Respeitar  a  sua  própria inteligência  e  a  inteligência  do  outro.  Não  permitir  que  o  fenômeno  da autochecagem  feche  o território  de  leitura  da  memória. 6.  Desenvolver  a  arte  da  pergunta,  ter  consciência  da  ditadura  da resposta  e  de  que  cada  resposta  é  o começo  de  novas  perguntas. 7.  Desenvolver  a  arte  da  dúvida  e  a  utilizar  como  princípio  da sabedoria:  duvidar  de  si  mesmo,  dos  seus  paradigmas  socioculturais,  de  sua rigidez  intelectual  e  das  convenções  do conhecimento. 8.  Desenvolver  a  arte  crítica.  Criticar  com  liberdade  a  si  mesmo  e  ao mundo  que  o  circunda.  Usar  a  arte  da  pergunta  e  da  dúvida  como  trilhos  da arte  da  crítica. 9.  Aprender  a  se  proteger  emocionalmente  filtrando  os  estímulos estressantes  e  trabalhando  as  contrariedades  existenciais. 10.  Executar  o  trabalho  intelectual  como  um  empreendedor  criativo, dinâmico,  flexível,  seguro. 11.  Ter  prazer  nos  desafios  intelectuais,  sociais  e  profissionais.  Não permitir  que  o  medo  trave  a  capacidade  de  pensar,  impeça  a  leitura  ampla da  memória. 12.  Aprender  primeiramente  a  ser  um  líder  de  si  mesmo  para  depois liderar  a  outros. 13. Estabelecer  metas  existenciais,  intelectuais  e  socioprofissionais. 14.  Procurar  conquistar  a  disciplina,  a  paciência  e  a  perseverança como  jóias  preciosas  da  inteligência  para  atingir  suas  metas. 15.  Analisar  as  variáveis  para  atingir  seus  objetivos  e  procurar  prever as  intempéries  e  os  obstáculos  que  surgirão. 16.   Trabalhar   as   dores,   perdas,   frustrações   e   utilizá-las   como alicerces  da  maturidade  da  inteligência. 17.   Reconhecer   e   repensar   com   inteligência   e   dignidade   as fragilidades,  os  erros,  os  fracassos  e  as  limitações.  Ter  consciência  de  que um  sábio  não  é  aquele  que  nunca  erra  e  fracassa,  mas  aquele  que amadurece  diante  deles. 18.  Refletir  sobre  a  temporalidade  e  fragilidade  da  vida  humana  e procurar  dar um  sentido  mais  nobre  para  a  existência. 19.  Desenvolver  a  arte  da  contemplação  do  belo  não  apenas  diante dos  grandes  eventos  da  existência,  mas  principalmente  diante  dos  pequenos estímulos  da  rotina  diária. 20.   No  binômio  entre  o  "ter"  e  o  "ser",  optar  pelo  "ser"  sem abandonar  o "ter". 21.  Conseguir  distinguir  os  princípios  da  "matemática  da  emoção" dos  princípios  da  matemática  financeira.  "Ter  não  é  premissa  fundamental para  ser",  é  possível  ter  pouco  e  até  ser  pobre  e,  ao  mesmo  tempo,  ser  um poeta  da  existência. 22.  Ser  um  amante  da  honestidade  intelectual:  Criticar  a  simulação  e a  omissão.  Ser fiel  ao seu pensamento. 23.  Vacinar-se  contra  a  paranóia  de  ser  o  número  1 e  contra  a competição   selvagem,   desumanística   e   desinteligente.   Assumir   sua condição   psicossocial   com   dignidade   e   procurar   expandir   suas possibilidades  intelectuais. 24.  Valorizar  as  relações  sociais  e  procurar  ser  um  agente  social,  mas não  gravitar  em  torno  do que  os  outros  pensam  de  nós. 25.  Aprender  a  se  colocar  no  lugar  do  outro  e  perceber  suas  dores  e necessidades  psicossociais. 26. Aprender  a  se  doar  psicossocialmente  sem  esperar  a  contrapartida do retorno. 27.  Aprender  a  expor  e  não  impor  as  idéias.  Ter  consciência  de  que um  verdadeiro   líder   expõe  suas  idéias,  pois  sua  força  está  na  sua inteligência,  mas  uma  pessoa  autoritária  as  impõe,  pois  sua  força  está  nas mais  diversas  formas  de  agressividade. 28.  Aprender  a  apreciar  a  inteligência  do  outro  e  procurar  estimulála,  provocá-la,  promovê-la. 29.  Procurar  realizar  o  debate  de  idéias  com  as  pessoas  circundantes (alunos,   funcionários,   amigos,   familiares)   procurando   compreender   o alcance  de  suas  idéias,  respeitá-las  e  utilizá-las. 30.  Aprender  a  arte  de  ouvir.  Ouvir  aberta  e  despreconceituosamente o outro  e  não ouvir apenas  o que  se  quer ouvir. 31.   Valorizar   o   processo   de   construção   de   um   produto (conhecimento,  obra  de  arte,  produto  industrial,  meta  profissional)  tanto  ou mais  do que  o próprio  produto. 32.   Procurar  conhecer  e  desenvolver  o  humanismo  a  partir  do processo de  construção  de  pensamentos,  das  origens  da  inteligência. 33.   Procurar   conhecer   a  democracia  das  idéias  e  seus  amplos aspectos  psicossociais.  Aprender  a  respeitar  a  cultura  do  "outro"  e  a apreciar  a  diversidade  de  pensamentos. 34.   Ter  consciência   de  que  tanto  as  mais  diversas  formas  de discriminação   quanto  a  supervalorização  de  uma  pequena  minoria  de intelectuais,   líderes   sociopolíticos,   artistas,   etc,   são   procedimentos desinteligentes  e  desumanísticos,  são  faces  opostas  da  mesma  doença  da interpretação. 35.  Ter  uma  visão  multifocal  da  espécie  humana  e  da  teoria  da igualdade  a  partir  do conceito  do humanismo  e  da  democracia  das  idéias. 36.   Expandir  o  mundo  das  idéias  através  do  uso  das  artes  da inteligência   (a   arte   da   pergunta,   dúvida,   crítica,   observação,   análise multifocal)  e  o  caos  intelectual.  Usar  o  caos  intelectual  tanto  para  evitar  as contaminações   do   processo   de   interpretação   como   para   expandir   as possibilidades  de  construção  do conhecimento. 37.  Vacinar-se  contra  o  autoritarismo  das  idéias  e  a  ditadura  do discurso  teórico  produzidos  conscientemente  pelo  "eu",  pois  eles  engessam a  inteligência,  esgotam  as  possibilidades  do  conhecimento  e  estabelecem  a ditadura  da  verdade  na  Psicologia,  na  Filosofia,  nas  Ciências  Naturais,  na Política,  na  Economia,  etc.  Ter  consciência  de  que  a  verdade  científica  e sociopolítica  é  inesgotável  e  inalcançável. 38.   Vacinar-se   contra   os   três   tipos   de  ditaduras   inconscientes ocorridas  nos  bastidores  da  construção  de  pensamento:  a  ditadura  do preconceito,   a  ditadura  da  emoção  e  a  ditadura  do  deslocamento  dos territórios  de  leitura  da  memória. 39.  Ter  consciência  básica  de  que  o  Homo  sapiens  é  um  Homo interpres  micro  e  macrodistinto  a  cada  momento  existencial  e  de  algumas variáveis  que  participam  do processo de  interpretação. 40.  Aprender  a  gerenciar  com  maturidade  a  inevitável  transformação da  energia  emocional  e  a  incontida  revolução  da  construção  dos  pensamentos. 41.   Produzir   um   clima   de   cooperação   no   ambiente   social   e socioprofissional  através  da  práxis,  do  humanismo  e  da  expressão  das  artes da  inteligência  e  não  através  da  pressão  social  ou  da  imposição  das  metas  e das  idéias. 42.  Ser  capaz  de  fazer  com  que  as  pessoas  que  o  circundam  penetrem em   seus   sonhos   e   seus   projetos   intelectuais   e   socioprofissionais, motivando-as  a  se  engajarem  neles. 43.  Ter  mais  prazer  no  trabalho  em  grupo,  na  cooperação  social  e  no exercício  da  cidadania  do  que  na  busca,  da  notoriedade  e  do  estrelismo individual. 44.  Aprender  a  se  colocar  como  um  "eterno"  aprendiz  na  "curta" trajetória   existencial   humana.   Vacinar-se   contra   a   síndrome   da exteriorização  existencial,  contra  ser  um  passante  existencial,  alguém  que transita  pela  vida  sem  criar  raízes  dentro de  si  mesmo. 45.   Aprender  a  falar  não  apenas  do  mundo  extrapsíquico,  mas também  a  falar  de  si  mesmo  e  trocar  experiências  existenciais. 46.  Balizar  com  sabedoria  tanto  a  segurança  em  suas  atividades sociais  como  a  arte  da  dúvida  e  da  crítica  direcionada  aos  fundamentos dessa  segurança. 47.  Aprender  a  trabalhar  o  caos  emocional  e  social  e  usá-los  para expandir  as  possibilidades  de  construção  psicossocial. 48.  Ser  um  poeta  existencial,  um  garimpeiro  de  idéias,  que  procura intensamente  o enriquecimento  intelectual. 49.  Ter  consciência  de  que  qualquer  pessoa  sabe  viver  bem  nas primaveras  da  vida  (os  sucessos,  os  apoios,  as  condições  psicossociais favoráveis),  mas  só  os  sábios  aprendem  a  conquistar  a  dignidade  e  a sabedoria  em  seus  invernos  existenciais  (as  perdas,  os  fracassos,  os  recuos, as  contrariedades,  as  dores  psicossociais). 50.  Procurar  ser  um  engenheiro  de  idéias  que  atua  com  consciência crítica,  como   agente   construtor   da   sua   história   intrapsíquica personalidade)   e   social..   Um   engenheiro   de   idéias   que   procura desenvolver  as  características  mais  nobres  da  inteligência.  O  mestre  da  escola  da  vida  gostava  de  ser  chamado  de  "filho  do  homem",  apreciava  expressar  sua  humanidade  com  naturalidade  e  inteligência,  enquanto,  paradoxalmente,  muitos  daqueles  que  o  circundavam  e  dos que  hoje  o seguem  gostam  e  enfatizam  os  espetáculos  sobrenaturais. Um  pensador  é,  antes  de  tudo,  alguém  que  procura,  em  tudo  o  que faz  e  crê,  respeitar  a  sua  própria  inteligência,  ser  fiel  aos  seus  pensamentos e  desenvolver  a  consciência  crítica.  Alguém  que  procura  ser um  inspirado  e sensível  poeta  da  existência  na  sofisticada  e  turbulenta  vida  humana,  mesmo  quando se  frustra,  fracassa  ou atravessa  seus  áridos  desertos.

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