Convite à Loucura Nº 26 O Cristão deve falar em Línguas
Estranhas? (Parte 2)
Esforcei-me o quanto pude, no folheto
anterior, para mostra-lhes que no Livro de Atos está presente o verdadeiro dom
de Línguas, que era os homens de Deus falando e pregando sua palavra em
qualquer idioma sem precisar serem poliglotas. O Espírito Santo de Deus os
capacitava de maneira inigualável a se expressarem em uma língua que eles não
dominavam. Mostrei também o quanto é diferente aquele dom maravilhoso do que se
vê hoje nos templos por aí!
Vamos agora estudar 1 e 2 Coríntios.
Pois, como disse Paulo: “A respeito
dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.”
1Coríntios 12.1.
Contexto histórico.
Coríntios era uma cidade portuária
muito importante da Grécia. Uma cidade extremamente devassa, que tinha um templo
de Afrodite em cima de uma montanha; onde cultuavam falsos deuses com sexo
intensamente devasso. Afrodite, no panteão grego, era a deusa do amor. Cerca de
mil sacerdotisas, as quais eram prostitutas “religiosas”, viviam e trabalhavam
lá e desciam para a cidade à noite a fim de oferecer seus serviços aos homens
da cidade e aos visitantes estrangeiros. Mesmo pelos padrões pagãos de sua
própria cultura, Corinto tornou-se tão corrupta moralmente que o seu próprio
nome virou sinônimo de depravação: “corintianizar” representava imoralidade
flagrante e libertinagem acompanhada de embriaguez. De acordo com estudiosos,
Corinto era uma cidade de marinheiros de gente de várias culturas, viajantes
que quando passavam por ali queriam dar uma de playboys da era antiga. Bacanal,
orgias, devaneios sexuais; tudo isso ligado ao paganismo religioso.
1Coríntios 12. 1-14.40. Essa seção
concentra-se nos dons espirituais na igreja
A situação da falsa
religião em Corinto provocava manifestações espirituais forjadas que tinham que
ser confrontadas. O principal objetivo desta epístola (carta) é a correção do
comportamento.
A
Lista de Dons
Paulo não escreveu essa lista de dons
para dizer que todos os crentes em todas as épocas fariam, ou teriam esses dons
maravilhosos. Qual era, então, a finalidade de Paulo? Era justamente repreender
os Coríntios por enfatizar alguns dons e desprezar outros (v.14-20). Eles
também estavam desprezando aqueles irmãozinhos que tinham outros dons, mas não
eram espetaculares (v.21-26).
Por meio da ilustração que Paulo faz de
como cada parte do corpo humano é essencial para o funcionamento do todo. Alguns
membros egoístas estavam descontentes com seus dons, almejando dons que não
haviam recebido (v.11). Paulo ressalta que os dons não devem ser buscados, mas
recebidos do Espírito “como lhe apraz”. É somente ele quem “opera” ou estimula,
(v.6), todos os dons do modo como ele mesmo decide. Por isso é idiotice ficar
buscando dons. Almejar um dom por razões egoístas é errado, já que eles foram
soberanamente concedidos por Deus como lhe aprouve (v. 7; 11; 18; 28).
As línguas que vimos em Atos, era o
verdadeiro dom de línguas; já o que veremos aqui na carta aos coríntios e o que
vemos nos templos, hoje, são línguas fajutas ou manifestações de êxtase causado
pela emoção com uma “ajudazinha” dos demônios.
É justamente isso que me proponho a mostrar,
na Bíblia, daqui pra frente.
Os dons espirituais
são capacitações divinas para o serviço (ministério) que o Espírito Santo dá em
certa medida a todos os cristãos e devem estar totalmente sob o seu controle,
bem como ser usados para a edificação de todos que fazem parte da Igreja para a
glória de Cristo.
O que estava acontecendo em Corinto
era que a falsa religião estava provocando manifestações espirituais forjadas,
e como já disse, tinham que ser confrontadas. Paulo ensinou que os verdadeiros
dons devem ser diferenciados das experiências místicas denominadas “êxtase” que
na realidade era comunhão sobrenatural e sensual com uma divindade e também
“entusiasmo”, que eram adivinhações, sonhos, revelações e visões. Tudo isso era
encontrado nas religiões pagãs de Corinto. Leia 1Coríntios 12. 1-11.
É por isso e muito mais que não devemos
estabelecer como regra de interpretação e nem como modelo de comportamento
religioso, as crenças e o comportamento dos crentes de Corinto. A Bíblia nos
diz que a igreja de Corinto tinha todo tipo de pecado, de irmãos que se
embriagavam na celebração da ceia (1Coríntios 11.21), a irmãos que estavam
tendo relações sexuais com a madrasta (1Coríntios 5.1).
Diante disso nos questionamos; “Devemos
imitar os coríntios?” É o que os faladores de línguas estranhas estão fazendo. ESSE FALAR EM
LÍNGUAS QUE ESTAVA ACONTECENDO EM CORINTO NÃO É A MESMA DE ATOS. NO MÍNIMO É A
MESMA QUE FALAM HOJE, NOS TEMPLOS, PENTECOSTAIS E NEO-PENTECOSTAIS.
A igreja de Corinto que se tornou célebre na deturpação das
práticas do cristianismo, foi a primeira a lançar a confusão que ainda hoje
perdura.
Essa língua falada em Corinto é
totalmente diferente da de Atos. Aqui, essas línguas não passa de algaravias,
ou seja; linguagem pouco inteligível. É uma língua extática, onde a pessoa se
fala num estado de êxtase, fora de si. Ou era uma linguagem fraudulenta que
nada tem a ver com o verdadeiro dom de língua de Atos. A Bíblia não apresenta
nenhuma ocorrência de qualquer cristão falando a Deus em nenhuma outra língua a
não ser na língua comum dos seres humanos.
1Coríntios 12
Veja 1Coríntios 12. 29-30, e observe
essas sete perguntas que Paulo faz. Ele usou, no grego uma partícula
interrogativa quando se espera uma resposta negativa; grego: “mi.”
Exemplo; a primeira pergunta: “Porventura, são
todos apóstolos?” grego: “mi pántes
apóstoloi;”.
Também podia se traduzir por: “Acaso, são todos apóstolos?”. Cada uma dessas
sete perguntas retóricas esperava-se um “não” como resposta. Ou seja; os irmãos
de Corinto tinham dons, mas, não eram todos apóstolos, nem todos eram profetas,
nem mestres. Não eram todos que operavam milagres. Também não eram todos que
curavam. Não falavam todos em línguas. Entendeu?
Não eram todos os irmãos que falavam em
línguas!
Você pode me perguntar: “O que isso tem a ver?” Explico agora!
Nem todos os irmãos de Corinto falavam em línguas. Contudo todos
eles foram batizados com o Espírito Santo; leia 1Coríntios 12.13.
Isso deixa claro que o batismo com o
Espírito Santo, não tem nada a ver com o falar em outras línguas. Nem todos
falavam em línguas, contudo, foram todos batizados com o Espírito Santo.
Os que
defendem as línguas estranhas pregam que; sempre que se é batizado com o
Espírito Santo, o que prova esse acontecimento é a manifestação de se falar
essas línguas estranhas. Ou seja todos que forem batizados no Espírito têm que
falarem línguas estranhas. 1Coríntios 12.13, Esse texto da Bíblia descarta essa
idéia. Alguns irmãos em Corinto não falavam em línguas, apesar de terem sido
batizados com o Espírito Santo.
O fenômeno de línguas estranhas na
igreja de Corinto, é de natureza diferente da de Atos. Aqui se trata de fala
extática, ou seja; pessoas em êxtase, emitindo oralmente sons inarticulados,
que não formam idiomas, ou pessoas imaturas querendo exibir-se e vangloriar-se
de um dom que nunca receberam de verdade como se vê nas igrejas hoje em dia, ao
contrário das línguas faladas no livro de Atos.
Em Cristo
Francisco Rodrigues
Filho
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