Esta teoria se aplica às principais funções da inteligência humana, buscando desvendar o complexo funcionamento da mente humana.
Destacam-se dez dessas funções:
- - A arte de amar e valorizar a vida
- - A arte de apreciar o belo
- - A arte de pensar antes de agir
- - A arte de expor e não de impor as idéias
- - A arte de ser solidário
- - A arte de gerir os pensamentos dentro e fora dos conflitos
- - A arte de se colocar no lugar dos outros
- - A arte de manter o espírito empreendedor
- - A arte de trabalhar perdas e frustrações
- - A arte de colaborar em equipe
"A teoria multifocal do conhecimento não é uma teoria que procura anular as demais teorias, tais como a psicanalítica, cognitiva, comportamental; pelo contrário, procura contribuir para explicá-las, criticá-las, reciclá-las e abrir as novas avenidas de pesquisas para elas. As teorias psicológicas, filosóficas, psicopedagógicas, sociológicas etc., foram produzidas usando o pensamento como alicerces, enquanto a teoria multifocal do conhecimento estuda as variáveis universais que estão presentes nos próprios alicerces, ou seja, estuda os fenômenos que promovem a própria construção dos pensamentos." (Augusto Cury - Inteligência Multifocal - Cultrix - p. 47)
Desse modo, sabemos que a teoria é totalmente nova. Ela não ataca construções, mas alicerces. Ela critica os próprios conceitos tidos como universais. Portanto, é mais filosófica do que virada para a auto-ajuda, como muitos pensam.
O Dr. Cury escreveu no capítulo 2 do seu livro Inteligência multifocal: análise da construção dos pensamentos e da formação: "Não usei os levantamentos bibliográficos nem uma teoria prévia como suporte de interpretação, pois a teoria que desenvolvo é, como disse, totalmente original". Mas sem pesquisa bibliográfica não é possível garantir que um cientista não repita o que outro já disse.
Renato Zamora Flores, professor do departamento de genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e experto na análise de imposturas científicas declarou em 2006 à revista Veja: “Os únicos trechos mais ou menos aproveitáveis (da teoria do Dr. Cury acerca da inteligência multifocal) são versões pobres das ideias de cientistas como o neurologista António Damásio. O resto é pseudociência".
Amy Sondova, crítica e terapeuta bíblica americana escreveu “Infelizmente, o Dr. Cury simplesmente regurgita técnicas de terapia cognitivo-comportamental para a comunidade cristã.”
Na verdade, a "teoria" do Dr. Cury nem chega a ser uma teoria mas apenas uma hipótese mirabolante, expressa em linguagem que se pretende grandiosa mas está repleta de modismos tolos, plebeismos e lugares-comuns de todo tipo.
É curioso que um neurologista do calibre do Dr. António Damasio, nos seus tres famosos livros sobre as emoções, sentimentos e consciência, em lugar algum apresenta suas idéias como "teoria" mas apenas como "proposta" e usa inúmeras expressões qualificativas para manter o seu leitor atento ao facto de que ele não escreve "doutrina" mas sim, e apenas, "perspectivas" sobre o tema de que trata. E isso, diga-se, debaixo de uma grande núvem de testemunhas, seus colegas investigadores e outros, que ele cita constantemente e dos quais apresenta, no fim do livro, uma ampla bibliografia comentada.
Portanto, soa-me estranho que o Dr. Cury, de maneira e modo muito menos exigentes, nos queira fazer crer, às vezes muito "humildemente", que o que ele apresenta é uma descoberta novíssima, coisa na qual ninguém pensou antes e, pior, que a humanidade não tem saída a não ser que dê ouvidos à sua "pregação."
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